"Love is the religion in me"

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Curso de Yoga Restaurativo em Porto Alegre


Dias 20 e 21 de abril, na Casa do Yogin.

Da profundeza



Gosto de nadar. Gosto de nadar no mar. Gosto de surfar também, mas percebi que de uns tempos pra cá fiquei medrosa. Com medo do que tem lá embaixo, o que tem no fundo, no escuro, na espuma da onda, no redemoinho ou aonde o pé não alcança.


Outro dia, lembro, estava nadando os 700 metros na praia da Pinheira, no sul do Brasil. Coloquei os pés de pato, meu maiô preto, os óculos, prendi o cabelo. Aqueci um pouco e mergulhei em direção ao fundo da praia. Água estava gostosa, nem fria nem gelada. As primeiras braçadas são sempre uma delícia, pois o corpo anseia, feito recomeçar a andar de bicicleta. Nadei até mais ou menos 1/3 do percurso e em dado momento me senti sufocada. O sol estava quente, porém a água gelada. Na parte superficial morninha, mas quanto mais funda, mais gelada ia ficando, como partes da geladeira de casa.


Nadei uns 30 metros e na metade do percurso cansei de maneira diferente do que normalmente acontecia. Resolvi boiar na água e olhar para o sol. Senti vontade de chorar. Lembrei de minha avó, e aí foi inevitável. Pedi a ela que me ajudasse, pois não sabia mais a direção que meus pensamentos deveriam tomar. E se deviam ter algum rumo pré estabelecido. Eu estava de férias mas numa depressão profunda e não queria mais ser um peso para meus pais, nem o significado de umas férias chatas para minha filha. Existia um grande ponto de interrogacão na minha vida no meio daquele mar.


Então ali parei e boiei. E notei que a água me levava para algum lugar e eu não me entregava, não confiava. Ficava retornando a uma postura sentada novamente, batendo os pés, olhando para o fundo do mar e para a beirada, escutando de longe a conversa daqueles na areia e das criança brincando nas ondas. Pensei: "por onde andará a minha criança, que se permitia cair e levantar?"


Olhei pro sol novamente e percebi que eu estava sofrendo. E não sabia porque. Lembro que eu planejava e ansiava e rezava para que minha vida tomasse um rumo, que eu queria muito aprender a arte do desapego e acima de tudo aprender a me amar.


Continuei nadando em direção a outra ponta da praia. No meio do caminho novamente a sensação de peito apertado, o que podia sim significar... "Estou com sintomas de pânico", pensei.


Olhei pro fundo da água e de repente ficou mais escuro. Será que eu me afastara demais da beirada? Não podia enxergar nada, por mais que tentasse. E comecei a nadar com maior velocidade, e mais, e assim comecei a cansar. Foi quando percebi algo escuro no fundo da água. Estremeci, pois poderia ser qualquer coisa. Fiquei com medo de tartarugas ou arraias. Bati os pés com força nadando de costas em direção a beira d'água numa velocidade incrível, a beira do desespero. Parecia que não saia do lugar, o que me deixava sem entender, num lugar que cresci nadando. Com mais esforço e mergulhando para tentar sair da água mais rápido do que quer que fosse que eu vi lá no fundo, sem menos esperar percebi que eu já estava no raso. Era só ficar de pé. Minha respiração era ofegante, eu não estava entendendo nada.


Tirei o óculos, coloquei as mãos na cintura. Respirei buscando fôlego. O sol estava bem quente pois beirava meio dia. Não era possível o que estava acontecendo, eu sempre nadei ali. Olhei para os lados, olhei para o fundo do mar novamente. Não era um dia onde a água estava das mais claras, mas eu sabia que devia tentar novamente. A sensação que tive é que estava suando dentro dágua.


Coloquei o óculos de natação, pois o que quer que fosse, estava ali para me impulsionar e não me morder. Eu sempre amei e respeitei o mar. E precisava vencer aquele medo. Eu sabia que não estava emocionalmente bem no fundo de mim e precisava olhar com carinho para saber porque não. E percebi que aquela projeção no fundo do mar era uma ilusão minha.


Foi quando comecei a nadar novamente, e com a ajuda de um raio de sol rasgando a água e tocando a areia do fundo, pude perceber que o escuro no fundo d'água era nada além que minha própria sombra. Minha própria sombra!


Ela sempre me seguiria! Minha luz e minha sombra me completando. E ela sempre esteve ali e sempre estaria. A sensação foi de um certo alívio e de aceitação também. Pensei em quantas coisas e sentimentos e projecções ja deviam ter acontecido nesses 36 anos frutos de meus medos e formações mentais? Mas na correria do dia a dia a não atenção no momento me impedira de olhar mais perto, desembaçando a visão interna afim de perceber a verdade?


E no final, eu, sombra, água, céu e sol éramos um só. Meras projeções do que tem dentro, lá fora. No fundo, no fundo, é a sua sombra que você sempre vê.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Restaurativa em abril e maio



A professora de Yoga Restaurativo Miila Derzett
estará ministrando os seguintes cursos e aulas
nos próximos dois meses:

FLORIANÓPOLIS
Aulas Permanentes
*** CENTRO DO SER ***
Laurindo Januário da Silveira, 1,408
Canto Da Lagoa - tel 3233-5097
Terças e quintas 18hs

PORTO ALEGRE
Curso intensivo básico
*** CASA DO YOGIN ***
Av Maryland, 274
Porto Alegre - tel 51 30193688
contato@casadoyogin.com.br
Data 20 e 21 de abril
(aula aberta sexta dia 20 às 17hs)

BALNEÁRIO CAMBORIÚ
Curso Extensivo
*** PRANA & YOGA ***
Rua Novencentos e Dez, 599
Balneário Camboriú - tel 47 3363-1905
contato@pranaeyoga.com.br
Início 27 de abril

SÃO PAULO
Curso Básico e módulo avançado intensivo
*** DHARMA SHALA ***
Rua Capote Valente, 487
Pinheiros - tel 11 7308-2350
miila@trueloveyoga.com
Data: 26 e 27 de maio
(aula aberta sexta dia 25, 19hs)